Sem mágoa de Dunga, Neymar lembra 2010: "Eu não estava pronto"

Camisa 11 do Barcelona fala de assuntos como Seleção, vida na Espanha, lesão, corte de cabelo e até talento como cantor em conversa promovida por patrocinador

Neymar conversa com jornalistas e torcedores pela internet

Menos de uma semana após ser convocado para defender a Seleção na Copa do Mundo, Neymar voltou quatro anos no tempo. Em uma conversa com jornalistas e torcedores promovida por um de seus patrocinadores, o camisa 10 do Brasil lembrou da ocasião em que foi deixado de lado por Dunga na lista de jogadores que foram ao Mundial da África do Sul, em 2010, e não se mostrou magoado.
- Naquela época, acho que eu não estava pronto para ser o cara da Seleção. Eu gostaria muito de estar no grupo, mas foi uma escolha do treinador e temos que respeitar. Torci como todo brasileiro. Não fiquei magoado. Pelo contrário, torci muito pelo Brasil - disse o brasileiro, através da internet, durante a entrevista promovida pelo patrocinador.
Veja abaixo outros trechos da conversa.
Origem do “tóis”
“Foi um brincadeira com os amigos. Em vez de falar nós, falávamos tóis. Começou na comemoração do gol e hoje todos sabemos o que é tóis”.
O que faria se não jogasse futebol?
"Eu não sei o que estaria fazendo. Eu talvez estaria tentando ser cantor. Apesar de não saber nada de música, eu tentaria ser cantor”.
Corte de cabelo na Copa

“Estou pensando em fazer um cabelo diferente, mas estou em dúvida. Depende do meu dia. Se eu acordar com a ideia na cabeça, eu vou e faço”.

Neymar indica que pode "copiar" Ronaldo em 2002 e mudar corte de cabelo durante a Copa (Foto: AP)

Jogaria em outro clube no Brasil?

“Um caso a se pensar. Tenho vontade de jogar em outro clube do Brasil. Mas eu quero terminar minha carreira no Santos. Mas, se abrir a possibilidade de jogar em outro clube do Brasil, jogaria. Jogaria em um paulista, carioca... Não vejo problema”.

Dificuldade na Espanha

“Não foi dentro de campo. Foi fora. Saudade de casa, família, amigos. É disso que sinto falta e saudade. A cozinheira aqui é brasileira. Tem feijão preto, branco... Tem tudo”.

Assédio na Espanha

"O assédio é praticamente igual. Tanto no Brasil quanto aqui eu vou ao cinema. Se precisar, tiro uma foto com o fã. Tranquilo".

Adaptação à Europa

"Eu sou um cara bem favela, vamos dizer assim. Não me acostumo a essas coisas chiques de Europa. Sinto falta dos amigos, do pagode. Mas está sendo maravilhoso morar aqui. Estou amando e vou levar para o resto da vida as experiências que tenho aqui. Só não trago tudo para cá porque é caro. Eu não sou mão de vaca. Quem é mão de vaca é meu pai".

Neymar relembra chegada ao Barcelona há um ano (Foto: Marcelo Hazan)

Jogadores da Seleção têm whatsapp?
"Na Copa das Confederações, fizemos um grupo com todos os jogadores e ficávamos zoando um ao outro. É também uma forma de manter contato depois de sair da Seleção. Mas todos acabam trocando telefone e perdendo contato".
Quem é o jogador mais sério da Seleção?
"Na Seleção todo mundo brinca, não tem uma pessoa mais séria. Todo mundo é zoado e entra na brincadeira".
Recuperação da lesão
"Para a Copa, é certeza de estar 100%. Já estou na fase final da recuperação. Estou vendo para ver se dá para jogar sábado (na decisão do Espanhol contra o Atlético). Espero que possa estar 100% no sábado e depois ir para a Seleção".
Times médios do Brasil x times médios da Europa
"Acho que cada campeonato tem sua dificuldade. Aqui tem times difíceis, e no Brasil é a mesma coisa. O futebol está ficando cada vez mais difícil de jogar. A evolução do futebol está fazendo o esporte cada vez mais emocionante".
Convocação para a Copa do Mundo
"Estava ansioso. Depois que saiu a lista, estava muito feliz. Não posso nem expressar a felicidade que tive na hora. Quando você não tem o nome confirmado, vai saber... Mas a ficha ainda não caiu".
Provocação de Messi  antes da Copa
"Já brincamos sobre o assunto. Falamos que estaríamos na final. Quando ele disse que ia vencer, eu falei que, no Brasil, não dava para eles".

Neymar fala da relação com Messi no Barcelona (Foto: Agência Reuters)

Nível técnico no Brasil
"O Brasil é muito rico em craques. Se você parar para pensar, o Brasil é o lugar que tem mais craques e gênios da bola. São detalhes. Para mim, o Brasil teria que ter o melhor campeonato do mundo".
Motivos para sair do Brasil
"Não é só o dinheiro. Eu saí para conquistar sonhos, disputar campeonatos, ter novos desafios... É por isso que o jogador sai do Brasil. Conhecer outro país, jogar a Champions, falar outra língua".
Com qual jogador gostaria de ter atuado ao lado?
"São três que eu admiro muito e poderia formar um ataque: Pelé, Ronaldo e Romário. O Ronaldo eu já pude jogar um pouco ao lado. Esses três jogadores são meus ídolos".
Aprendizado com Messi
"O que mais admiro no Messi é a precisão para fazer o gol. Ele dificilmente consegue errar, é muito decisivo. Esse toque que estou pegando emprestado para ele".
Sem contar o Barcelona, jogaria com que time no videogame?
"Depende de quem. Já joguei com o PSG".
Escolheria quem para jogar em seu time: Xavi ou Iniesta?
"Por isso nunca gostei de escolher times. Não dá para escolher um. Não dá para separar o Xavi e o Iniesta".
Decisão contra o Atlético de Madrid
"Tem que dar para vencermos. Estamos muito preparados. Mas o time do Atlético vem fazendo uma grande temporada, será muito difícil vencê-los. Não tem outra opção. Só vencer o jogo".
Pressão psicológica antes da Copa
"Acho que não precisa de psicólogo. Não estamos doidos, é o nosso sonho disputar uma Copa em casa. Não tem que ficar nervoso e sentir pressão. Você tem que estar feliz. Acho que toda pressão e nervosismo sai de você quando está diante de um sonho".
O que passou na cabeça antes da final contra a Espanha
"Já sabíamos que faríamos um ótimo jogo. Do jeito que a torcida cantou o hino nos emocionou e deixou com mais vontade de jogar futebol. Sabíamos que a seleção era a melhor equipe do mundo e eles poderiam deitar e rolar. A nossa vontade de vencer superou tudo"